São
várias as referências que nos permitem a identificação do tempo histórico:
A referência à batalha de Alcácer Quibir
As desavenças entre portugueses e castelhanos, após a perda da
independência nacional
O facto de haver peste em Lisboa
O sebastianismo (representado por Maria e Telmo)
As alusões feitas a Camões (feitas por Telmo) e a Bernardim Ribeiro
(Maria, no início do acto segundo, cita a frase que abre a novela Menina e Moça deste escritor)
O
tempo psicológico é aquele que é vivido pelas personagens de acordo com a sua
própria interioridade. Na obra, ele é constituído na perspectiva de um factor
de desgaste: à medida que o tempo passa, as personagens tornam-se cada vez mais
frágeis e os seus receios e ansiedades aumentam, tornando-se o seu sofrimento
cada vez maior e cada vez mais intensa a sua agonia perante o futuro.
A
coincidência entre o tempo dramático e o tempo psicológico é conseguida,
sobretudo, através das palavras de D. Madalena, ao referir o seu horror pela
sexta-feira, sentimento que é enfatizado pela repetição do advérbio de tempo
"hoje", que surge com a insígnia da desgraça, da fatalidade e
da solidão irremediáveis.
Depois
de observada a linha cronológica que concentra quer os momentos anteriores ao
desenrolar da acção, quer aqueles que são apresentados em palco, verificamos
que esta decorre apenas durante um dia, nos dois primeiros actos, e na
madrugada de um outro dia, no terceiro acto.
A
concentração dramática corresponde à aproximação progressiva do Romeiro e do
consequente desenlace trágico.
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