sexta-feira, 23 de maio de 2014

Frases de Picasso

"Paul Cézanne é o pai de todos nós".
"Não se pode criar nada sem a solidão".
"Não se consegue convencer um rato de que um gato pode trazer boa sorte".
"A inspiração existe, porém temos que encontrá-la trabalhando."
"A qualidade de um pintor depende da quantidade de passado que traz consigo."




Principais Obras de Picasso:

- Autor-retrato
- Absinto (Rapariga no café)
- A morte de Casagemas
- Evocação - O funeral de Casagemas
- Velho guitarrista cega
- Miseráveis diante do mar
- A Vida
- Mulher passando a ferro
- "Les Demoiselles d'Avignon"
- Retrato de Suzanne Bloch
- O ator
- Autorretrato com capa
- Garçon à la pipe (Rapaz com cachimbo)
- Fernanda com um lenço preto
- Vasilhas
- Mulher com leque
- Jovem nu (Jovem rapaz com braços levantados)
- Banho
- Les Demoiselles d'Avignon
- Três Mulheres
- Composição com crânio
- Garrafa, jarra e frutas
- Mulher loira
- Minotauro, bebedor e mulheres
- Guernica
- Vaso sobre a mesa
- O tomateiro
- Mulher sentada num cadeirão
- Arlequim com baton
- Busto de mulher
- Lagosta e gato
- Nude, Green Leaves and Bust

Biografia, Obras e Estilo Artístico

O artista espanhol Pablo Picasso (25/10/1881-8/4/1973) destacou-se em diversas áreas das artes plásticas: pintura, escultura, artes gráficas e cerâmica. Picasso é considerado um dos mais importantes artistas plásticos do século XX.

Nasceu na cidade espanhola de Málaga. Fez seus estudos na cidade de Barcelona, porém trabalhou, principalmente na França. Seu talento para o desenho e artes plásticas foi observado desde sua infância.

Suas obras podem ser divididas em várias fases, de acordo com a valorização de certas cores. A fase Azul (1901-1904) foi o período onde predominou os tons de azul. Nesta fase, o artista dá uma atenção toda especial aos elementos marginalizados pela sociedade. Na Fase Rosa (1905-1907), predomina as cores rosa e vermelho, e suas obras ganham uma conotação lírica. Recebe influência do artista Cézanne e desenvolve o estilo artístico conhecido como cubismo. O marco inicial deste período é a obra Les Demoiselles d'Avignon (1907), cuja característica principal é a decomposição da realidade humana.

Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), pinta seu mural mais conhecido: Guernica. Esta obra já pertence ao expressionismo e mostra a violência e o massacre sofridos pela população da cidade de Guernica.

Na década de 1940, volta ao passado e pinta diversos quadros retomando as temáticas do início de sua carreira. Neste período, passa a dedicar-se a outras áreas das artes plásticas: escultura, gravação e cerâmica. Já na década de 1960, começa a pintar obras de artes de outros artistas famosos: O Almoço Sobre a Relva de Manet e As Meninas do artista plástico Velázquez, são exemplos deste período.

Já com 87 anos, Picasso realiza diversas gravuras, retomando momentos da juventude. Nesta última fase de sua vida, aborda as seguintes temáticas: a alegria do circo, o teatro, as tradicionais touradas e muitas passagens marcadas pelo erotismo. Morreu em 1973 numa região perto de Cannes, na França.

Obras do Heterônimo Ricardo Reis

- A Abelha
- A Cada Qual
- Acima da verdade
- A flor que és
- Aguardo
- Aqui
- Aqui, dizeis
- Aqui, neste misérrimo desterro
- Ao Longe
- Aos Deuses
- Antes de Nós
- Anjos ou Deuses
- A palidez do dia
- Atrás não torna
- A Nada Imploram
- As Rosas
- Azuis os Montes
- Bocas Roxas
- Breve o Dia
- Cada Coisa
- Cada dia sem gozo não foi teu
- Cancioneiro
- Como
- Coroai-me
- C-uidas, índio
- Da- Lâmpada
- Da Nossa Semelhança
- De Apolo
- De Novo Traz
- Deixemos, Lídia
- Dia Após Dia
- Do que Quero
- Do Ritual do Grau de Mestre do átrio na Ordem Templária de Portugal
- Domina ou Cala
- Eros e Psique
- Estás só. Ninguém o sabe
- Este seu escasso campo
- É tão suave
- Feliz Aquele
- Felizes
- Flores
- Frutos
- Gozo Sonhado
- Inglória
- Já Sobre a Fronte
- Lenta, Descansa
- Lídia
- Melhor Destino
- Mestre
- Meu Gesto
- Nada Fica
- Não a Ti, Cristo, odeio ou te não quero
- Cristo Não a Ti, Cristo, odeio ou menosprezo
- Não Canto
- Não Consentem
- Não queiras
- Não quero, Cloe, teu amor, que oprime
- Não quero recordar nem conhecer-me
- Não Só Vinho
- Não só quem nos odeia ou nos inveja
- Não sei de quem recordo meu passado
- Não Sei se é Amor que TenS
- Não Tenhas
- Nem da Erva
- Negue-me
- Ninguém a Outro Ama
- Ninguém, na vasta selva virgem
- No Breve Número
- No Ciclo Eterno
- No Magno Dia
- No mundo, Só comigo, me deixaram
- Nos Altos Ramos
- Nunca
- Ouvi contar que outrora
- Olho
- O que Sentimos
- Os Deuses e os Messias
- O Deus Pã
- Os Deuses
- O Ritmo Antigo
- O Mar Jaz
- O Sono é Bom
- O Rastro Breve
- Para os Deuses
- Para ser grande, sê inteiro: nada
- Pesa o Decreto
- Ponho na Altiva
- Pois que nada que dure, ou que, durando
- Prazer
- Prefiro Rosas
- Quanta Tristeza
- Quando, Lídia
- Quanto faças, supremamente faze
- Quem diz ao dia, dura! e à treva, acaba!
- Quer Pouco
- Quero dos Deuses
- Quero Ignorado
- Rasteja Mole
- Sábio
- Saudoso
- Segue o teu destino
- Se Recordo
- Severo Narro
- Sereno Aguarda
- Seguro Assento
- Sim
- Só o Ter
- Só Esta Liberdade
- Sofro, Lídia
- Solene Passa
- Se a Cada Coisa
- Sob a leve tutela
- Súbdito Inútil
- Tão cedo passa tudo quanto passa!
- Tão Cedo
- Tênue
- Temo, Lídia
- Tirem-me os Deuses
- Tudo que Cessa
- Tuas, Não Minhas
- Uma Após Uma
- Uns
- Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
- Vivem em nós inúmeros
- Vive sem Horas
- Vossa Formosa

Obras do Heterônimo Álvaro de Campos

- Acaso
- Acordar
- Adiamento
- Afinal
- A Fernando Pessoa
- A Frescura
- Ah, Onde Estou
- Ah, Perante
- Ah, Um Soneto
- Ali Não Havia
- Aniversário
- Ao Volante
- Apostila
- Às Vezes
- Barrow-on-Furness
- Bicarbonato de Soda
- O Binômio de Newton
- A Casa Branca Nau Preta
- Chega Através
- Cartas de amor
- Clearly Non-Campos!
- Começa a Haver
- Começo a conhecer-me. Não existo
- Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo
- Contudo
- Cruz na Porta
- Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
- Datilografia
- Dela Musique
- Demogorgon
- Depus a Máscara
- Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
- O Descalabro
- Dobrada à morda do Porto
- Dois Excertos de Odes
- Domingo Irei
- Escrito Num Livro Abandonado em Viagem
- Há mais
- Insônia
- O Esplendor
- Esta Velha
- Estou
- Estou Cansado
- Eu
- Faróis
- Gazetilha
- Gostava
- Grandes
- Há Mais
- Lá chegam todos, lá chegam todos...
- Lisboa
- O Florir
- O Frio Especial
- Lisbon Revisited - l923
- Lisbon Revisited - 1926
- Magnificat
- Marinetti Acadêmico
- Mas Eu
- Mestre
- Na Casa Defronte
- Na Noite Terrivel
- Na Véspera
- Não Estou
- Não, Não é cansaço
- Não: devagar
- Nas Praças
- Psiquetipia (ou Psicotipia)
- Soneto já antigo
- The Times

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Obras do heterónimo Alberto Caeiro

- O Guardador de Rebanhos 
- O guardador de rebanhos - XX 
- A Espantosa Realidade das Cousas 
- Um Dia de Chuva 
- Todos os Dias 
- Poemas Completos 
- Quando Eu não tinha 
- Vai Alta no Céu a lua da Primavera 
- O Amor é uma Companhia 
- Eu Nunca Guardei Rebanhos 
- O Meu Olhar 
- Ao Entardecer 
- Esta Tarde a Trovoada Caiu 
- Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada 
- Pensar em Deus 
- Da Minha Aldeia 
- Num Meio-Dia de Fim de Primavera 
- Sou um Guardador de Rebanhos 
- Olá, Guardador de Rebanhos 
- Aquela Senhora tem um Piano 
- Os Pastores de Virgílio 
- Não me Importo com as Rimas 
- As Quatro Canções 
- Quem me Dera 
- No meu Prato 
- Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada 
- O Luar 
- O Tejo é mais Belo 
- Se Eu Pudesse 
- Num Dia de Verão 
- O que Nós Vemos 
- As Bolas de Sabão 
- Às Vezes 
- Só a Natureza é Divina 
- Li Hoje 
- Nem Sempre Sou Igual 
- Se Quiserem que Eu Tenha um Misticismo 
- Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem 
- Ontem à Tarde 
- Pobres das Flores 
- Acho tão Natural que não se Pense 
- Há Poetas que são Artistas 
- Como um Grande Borrão 
- Bendito seja o Mesmo Sol 
- O Mistério das Cousas 
- Passa uma Borboleta 
- No Entardecer 
- Passou a Diligência 
- Antes o Vôo da Ave 
- Acordo de Noite 
- Um Renque de árvores 
- Deste Modo ou Daquele Modo

Obras de Fernando Pessoa

Obras de Fernando Pessoa 

- Do Livro do Desassossego 
- Ficções do interlúdio: para além do outro oceano
- Na Floresta do Alheamento
- O Banqueiro Anarquista
- O Marinheiro
- Por ele mesmo
Poesias de Fernando Pessoa

- A barca
- Aniversário
- Auto psicografia
- À Emissora Nacional
- Amei-te e por te amar...
- António de Oliveira Salazar
- Auto psicografia
- Elegia na Sombra
- Isto
- Liberdade
- Mar português
Mensagem
Natal
O Eu profundo e os outros Eus
O cancioneiro
O Menino da Sua Mãe
O pastor amoroso
Poema Pial
Poema em linha reta
Poemas Traduzidos 
Poemas de Ricardo Reis
Poesias Inéditas 
Poemas para Lili
Poemas de Álvaro de Campos
Presságio
Primeiro Fausto
Quadras ao gosto popular
Ser grande
Solenemente
Todas as cartas de amor...
Vendaval


Prosas de Fernando Pessoa

Pessoa e o Fado: Um Depoimento de 1929
Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação
Páginas de Estética e de Teoria e de Crítica Literárias

Bibliografia de Fernando Pessoa

O ortónimo e os heterónimos de Fernando Pessoa


Fernando Pessoa usou em nas suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortónimo) para assinar várias obras e pseudónimos (heterónimos) para assinar outras. Os heterónimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas. São eles:

Álvaro de Campos
Era um engenheiro português de educação inglesa. Influenciado pelo simbolismo e futurismo, apresentava um certo niilismo em suas obras. 

Ricardo Reis
Era um médico que escrevia suas obras com simetria e harmonia. O bucolismo estava presente em suas poesias. Era um defensor da monarquia e demonstrava grande interesse pela cultura latino.

Alberto Caeiro
Com uma formação educacional simples (apenas o primário), este heterónimo fazia poesias de forma simples, directa e concreta. Suas obras estão reunidas em Poemas Completos de Alberto Caeiro.

Biografia de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal.

Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa.

Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objecto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra.

Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos.

Os principais heterónimos de Fernando Pessoa são:

- Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objectivo dos heterónimos. Buscava o objectivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjectividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstracção, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterónimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura.

- Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apoia-se na mitologia grego-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil.

- Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inactivo, inadaptado, com consciência crítica.


Almada Negreiros

Escritor e artista plástico, José Sobral de Almada Negreiros nasceu em S. Tomé e Príncipe a 7 de Abril de 1893.

Foi um dos fundadores da revista “Orpheu” (1915), veículo de introdução do modernismo em Portugal, onde conviveu de perto com Fernando Pessoa. 

Além da literatura e da pintura a óleo, Almada desenvolveu ainda composições coreográficas para ballet.

Trabalhou em tapeçaria, gravura, pintura mural, caricatura, mosaico, azulejo e vitral. Faleceu a 15 de Junho de 1970 no Hospital de S. Luís dos Franceses, em Lisboa, no mesmo quarto onde morrera seu amigo Fernando Pessoa.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Santa Rita

Guilherme Augusto Cau da Costa de Santa Rita ou Guilherme de Santa-Rita, mais tarde passaria a chamar-se apenas, Santa-Rita Pintor (Lisboa, 31 de Outubro de 1889 — Lisboa, 29 de Maio de 1918) foi um pintor português.

Figura mítica da primeira geração de pintores modernistas portugueses, a sua obra permanece em grande parte envolta em mistério. Nunca expôs em Portugal, mas esteve vários anos em Paris garantindo, com Amadeo de Souza-Cardoso, a primeira ligação efectiva às vanguardas históricas do início do século XX e foi o mais activo impulsionador do breve movimento futurista português.

Morreu prematuramente, antes mesmo de completar 29 anos de idade, vitimado por tuberculose pulmonar, deixando ordem expressa para que todos os seus trabalhos fossem destruídos da sua obra da maturidade resta uma única pintura e um conjunto de reproduções rudimentares, a preto e branco, nas revistas Orpheu (1915) e Portugal Futurista (1917).





Amadeo de Souza Cardoso

Nascido em 1887 e falecido em 1918, as primeiras experiências de Souza-Cardozo deram-se no desenho, especialmente como caricaturista.

Aos 19 anos, mudou-se para Paris, tomando contacto primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo. Em 1912 publicou um álbum com 20 desenhos.

Depois de participar numa exposição nos Estados Unidos, em 1913, voltou a Portugal, onde realizou duas exposições, prospectivamente no Porto e em Lisboa, causando escândalo entre os seus compatriotas: suas obras foram criticadas, ridicularizadas e, por breves momentos, houve até confronto físico entre críticos e defensores da arte moderna.

Em 1925, a França realizou uma retrospectiva do pintor, com 150 trabalhos, bem aceites pelo público e pela crítica.

Dez anos depois, em Portugal, foi criado um prémio para distinguir pintores modernistas, que recebeu o nome de «Prémio Souza-Cardoso».

Lentamente, à medida que os preconceitos em relação ao modernismo foram sendo afastados, o nome de Souza-Cardoso ganhou a devida importância em Portugal.


A sua obra é caracterizada por paisagens exóticas, com desenhos cubistas que transmitem: elegância, mistério, imaginação, emoção e simbolismo.

Amadeo acumula elementos geométricos caligráficos, com linhas encurvadas coloridas que conduzem a uma ação extremamente dinâmica.



Modernismo na Pintura

A arte moderna surgiu em rotura com o séc. XIX: rompe-se com os códigos, com a perspectiva, com o conceito de belo, etc..

A pintura modernista misturou as delicadas e elegantes formas do gótico com o simbolismo romântico, tendo como resultado uma pintura de um grande erotismo e naturalidade.

Enumeram-se o cubismo, o abstraccionismo, o futurismo e o surrealismo como alguns dos mais importantes movimentos modernistas na pintura.

O modernismo não tardou a chegar a Portugal.

Destacam-se nomes como Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros e Santa-Rita pintor.



Modernismo na Literatura

Modernismo português: As três vertentes da literatura moderna em Portugal

O modernismo português desenvolveu-se desde o início do século XX até o final do Estado Novo, na década de 1970. Trata-se de um período amplo, no qual três vertentes são muito importantes: o Orfismo, o Presencismo e o Neorrealismo, cada um com características marcantes e de grande influência.

O nome Orfismo está vinculado aos escritores ligados à revista Orpheu, responsável por levar para Portugal às discussões culturais da Europa, um continente imerso na eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Os intelectuais ligados à publicação buscavam deixar de lado o então acanhado meio cultural português, voltando-se para um mundo novo, regido pela velocidade, pela técnica, pelas máquinas e por infinitas possibilidades de visão do mundo.

A revista, embora influente no meio literário, teve apenas dois números em Março e Junho de 1915. Os destaques eram Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa. A contestação da literatura tradicional trouxe escândalo, incompreensão da crítica conservadora e insucesso financeiro, que levou a publicação à falência.

Um segundo momento foi o Presencismo. O nome vem da revista Presença, “Folha de arte e crítica”, fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. Reuniu aqueles que não participaram do Orfismo e buscou aprofundar discussões sobre teoria da literatura e sobre novas formas de expressão. Com dificuldade, conseguiu se manter até 1940. A influência das ideias da psicanálise freudiana foi grande no sentido de reforçar os universos da individualidade criativa, da análise psicológica e da intuição.

O Neorrealismo, já na década de 1940, caracteriza-se pelo combate ao fascismo e defende a literatura como uma forma de crítica e denúncia social com uma postura combativa e reformadora, a serviço da sociedade. Seu nome provém do diálogo com a literatura brasileira, principalmente com escritores como Jorge Amado e Graciliano Ramos, justamente pela proposta de trazer um alerta contra a exploração do homem pelo seu semelhante. O socialismo marxista é a ideologia utilizada para combater a opressão. Ferreira de Castro é um exemplo. Nele reduz-se o intelectualismo e a psicologia em nome da análise de problemas de natureza social, mesma trilha de Alves Redol, Manuel da Fonseca e José Gomes Pereira, entre outros.

Portanto, desde o marco inicial, a publicação da revista Orpheu, em 1915, influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo e o Expressionismo, ao neo-realismo, houve uma alteração de percurso. Passou-se de uma poesia mais complexa e de difícil acesso ao engajamento explícito dos neorrealistas. Em comum, porém, está a busca de um rompimento com o passado e uma visão crítica, demolidora e irreverente da arte, da política e da cultura portuguesas.

Modernismo

O modernismo em arquitectura desenvolveu-se durante a última década do século XIX e as duas primeiras do século XX. Apresenta-se como um fenómeno de extensão internacional mas que manifesta diferentes abordagens consoante o contexto cultural dos vários países, como a procura de um estilo ligado ás novas concepções de espaço, ás possibilidades estruturais de matérias como o ferro e o betão e ás necessidades na sociedade e industrial. 


Na literatura, o Modernismo em Portugal surge em 1915 com a publicação da revista “Orpheu”, com a participação de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro , Almada Negreiros , Luís de Montalvor de Carvalho. Neste revista nasce uma corrente de oposição ao Saudosismo, ao Academismo, ao Nacionalismo e ao Parnasianismo.



quarta-feira, 14 de maio de 2014

A Humilhação

A humilhação sentimental:

A mulher formosa, fria, distante e altiva (Esplêndida; Deslumbramentos; Frígida);

A mulher fatal da época/a humilhação do sujeito poético tentando a aproximação (Esplêndida);

A mulher burguesa, rica, distante e altiva/a humilhação do sujeito poético que não ousa aproximar-se devido à sua baixa condição social (Humilhações);

A mulher fatal, bela e artificial, poderosa e desumana/a consequente humilhação do poeta (“Milady, é perigoso contemplá-la (...)/ Com seus gestos de neve e de metal.”, Deslumbramentos);

A mulher fatal, pálida e bela, fria, distante e impassível que o poeta deseja e receia/a humilhação e a necessidade de controlar os impulsos amorosos (Frígida).

A humilhação estética:

A revolta pela incompreensão que os outros manifestam em relação à sua poesia e pela recusa de publicação por alguns jornais (“Arte? Não lhes convém, visto que os seus leitores/ Deliram por Zaccone”; “Agora sinto-me eu cheio de raivas frias/ Por causa dum jornal me rejeitar, há dias/ Um folhetim de versos.”, Contrariedades).

A humilhação social:

O povo comum oprimido pelos poderosos (Humilhações);

O abandono a que são votados os doentes (“Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes (...)/ O doutor deixou-a...”, Contrariedades);

O povo dominado por uma oligarquia poderosa (a “Milady” de Deslumbramentos é uma representante dessa oligarquia).

Cidade Campo

Cesário Verde retrata uma cidade de contrastes, captando oral, denunciando os opostos, focando especialmente os lugares pobres, descrevendo tudo o que vê, enquanto passeia pela cidade. Pretende captar a primeira impressão que lhe é deixada pelas coisas, projectando para o exterior o seu interior.


A supremacia exercida pela cidade sobre o campo leva o poeta tratar estes dois espaços em termos dicotómicos.

Cesário Verde passou a sua infância entre ambiente citadino (cidade de Lisboa), onde seu pai possuía uma loja de ferragens, e o ambiente rural(Linda-a-Pastora), onde detinha uma exploração agrícola. O binómio cidade/campo é, Por isso, marcante na sua poesia.

O campo não tem aspecto paradisíaco, é um espaço real, onde se podem observar os camponeses no seu quotidiano, onde as alegrias se manifestam face aos prazeres da vida, e as tristezas ocorrem, é a representação do concreto, do real, onde podemos verificar a subjectividade de Cesário pela sua preferência por este local. O campo é associado à vida, fertilidade, à vitalidade, porque não há miséria, não há injustiça que ocorre na cidade. Contrariamente ao campo, o espaço citadino incomoda-o, oprime-o, no sentido em que se apercebe das injustiças cometidas aos pobres. O campo é um espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável… Na cidade, o ambiente físico, cheio de contrastes, apresenta ruas esburacadas, casas habitadas pelos burgueses e pelos quintalórios velhos, edifícios cinzentos e sujos.

O campo para ele é como espaço de superação dos limites e da humilhação, espaço de evasão, símbolo de saúde e de vida. O ambiente humano é caracterizado por tudo isto e é neste sentido que podemos reconhecer a capacidade de Cesário Verde em trazer para a poesia o real quotidiano do homem citadino.

Nos seus poemas, Cesário critica a cidade, a capital maldita, devoradora de vidas, denotando-se uma preocupação social sentida, que transporta o leitor para a situação vivida naquela época. Para ele a cidade é um local onde se sente oprimido e os seres femininos que aí se encontrem são apresentados sob uma imagem denegrida e em contraste com as figuras femininas do campo.

A preferência do poeta pelo campo está expressa nos poemas:*De Verão.*Nós. Onde desaparecem a aspereza e a doença ligadas à vida citadina e surge o elogio ao ambiente campesino. A arte de Cesário Verde é reveladora de uma preocupação social intervém criticamente. O campo oferece ao poeta uma lição de vida multifacetada que ele transmite com objectividade e realismo. Trata-se assim de uma visão concreta do campo e não da abstracção da Natureza.

A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe, sendo nela que Cesário encontra os seus temas. É por isto que, habitualmente, associa o poeta ao mito de Anteu.

Eu e Ela

Cobertos de folhagem, na verdura, 
O teu braço ao redor do meu pescoço, 
O teu fato sem ter um só destroço, 
O meu braço apertando-te a cintura; 

Num mimoso jardim, ó pomba mansa, 
Sobre um banco de mármore assentados. 
Na sombra dos arbustos, que abraçados, 
Beijarão meigamente a tua trança. 

Nós havemos de estar ambos unidos, 
Sem gozos sensuais, sem más ideias, 
Esquecendo para sempre as nossas ceias, 
E a loucura dos vinhos atrevidos. 

Nós teremos então sobre os joelhos 
Um livro que nos diga muitas cousas 
Dos mistérios que estão para além das lousas, 
Onde havemos de entrar antes de velhos. 

Outras vezes buscando distração, 
Leremos bons romances galhofeiros, 
Gozaremos assim dias inteiro, 
Formando unicamente um coração. 

Beatos ou apagões, via à paxá, 
Nós leremos, aceita este meu voto, 
O Flos-Sanctorum místico e devoto 
E o laxo Cavaleiro de Faublas...

Estilo

Cesário apresenta uma visão objectiva da realidade, exigência própria de quem desejava retratar o que testemunhava. Por isso, a sua poesia é uma descrição da realidade envolvente: Cesário caminha, deambula pela cidade ou pelo campo, e revela-nos todos os cenários e ambientes visitados (poesia do transeunte).

Para tal, socorre-se das sinestesias, pois, apelando aos sentidos corporais, não só descreve, mas consegue envolver o leitor no cenário descrito; das imagens, que pretendem ser uma captação da realidade testemunhada e das sensações despertadas no poeta; dos diminutivos, que servem para mostrar o seu carinho pelos mais desfavorecidos e para mostrar a sua fragilidade face a forças superiores; da modalização verbal, que imprime dinamismo ao seu testemunho, deixando a sua poesia de ser estática, mas notando-se todo o movimento citadino ou campestre.

Cesário é também impressionista. Para além de nos descrever a realidade envolvente, o poeta transeunte deixa também transparecer as emoções que lhe são suscitadas. Atende com particular interesse ao real concreto, a pormenores mínimos desde que lhe sirvam para excitar e transmitir percepções sensoriais. Daí ter construído com realidades aparentemente insignificantes quadros de grande expressividade.

Tal como Eça, emprega a hipálage, jogando ora com o adjectivo, ora com o advérbio, para nos revelar diferentes facetas da realidade ou para jogar com sentidos, impressões e significados relacionados.

Usa originalmente adjectivos e advérbios, através de uma adjectivação dupla, para mostrar as duas faces da realidade – a objectiva e a subjectiva. serve assim o carácter impressionista ao revelar não só o que é visível, mas também a impressão que fica da realidade.

Bibliografia de Cesário Verde

O Livro de Cesário Verde foi editado por Silva Pinto, seu amigo dedicado, meses após a morte do poeta, em Abril de 1887. Esta edição, com uma tiragem limitada a 200 exemplares e destinada apenas a ofertas, era constituída por 22 poemas e apresentava-se dividida em duas secções, intituladas Crise Romanesca e Naturais.

Incluía ainda uma dedicatória e um Posfácio, ambos dirigidos a Jorge Verde, o irmão mais novo de Cesário e o único sobrevivente. Só mais tarde, em 1901, com a segunda edição, O Livro de Cesário Verde entrava no circuito comercial.

Embora nas várias reedições da obra se tenha sempre respeitado a estrutura inicialmente estabelecida para o livro, desconhece-se hoje se Silva Pinto, ao editar o livro, obedeceu a indicações expressamente deixadas por Cesário ou se, pelo contrário, a selecção de poesias e a sua distribuição por secções resultam inteiramente da interpretação crítica do seu amigo. Não obstante estas dúvidas, podemos encontrar em "Crise Romanesca" Responso, Ironias do Desgosto, Esplêndida, Deslumbramentos, Fígida, Setentrional; Contrariedades, A Débil, Num Bairro Moderno, Em Petiz,Cristalizações, O sentimento dum Ocidental e Nós são já poemas incluídos em "Naturais".

Entretanto, compreendeu-se que o conhecimento das poesias publicadas em jornais e revistas, e excluídas d`O Livro de Cesário Verde, contribuia vantajosamente para o estudo da evolução poética de Cesário. Por essa razão, acrescentaram-se ao livro as "poesias dispersas", embora respeitando integralmente a estrutura da obra editada por Silva Pinto. Destas poesias, fazem parte Arrojos, Lúbrica, Cinismos, Proh Pudor, Manias.

Apesar de todos os esforços, a ordenação destas composições e das que foram incluídas n`O Livro nem sempre se baseia, como seria desejável, na data da elaboração dos poemas, visto que um incêndio ocorrido na quinta em Linda-a-Pastora destruiu, segundo se pensa, todos os manuscritos de Cesário e a sua biblioteca, pelo que a ordenação é sempre baseada nas suas temáticas.

Biografia de Cesário Verde

José Joaquim Cesário Verde nasceu no dia 25 de Fevereiro de 1855 em Lisboa, na Rua da Padaria, freguesia da Madalena, e foi baptizado na Sé, ali mesmo ao lado, no dia 2 de Junho do mesmo ano.

O pai, José Anastácio Verde, abastado burguês, era comerciante e lavrador: além de se ocupar da sua loja de ferragens, na Rua dos Fanqueiros, números 2 a 12 (onde actualmente se encontra uma casa bancária), dedicava-se também à lavoura numa quinta em Linda-a-Pastora, a cerca de dois quilómetros da capital, propriedade da família Verde desde 1797.

Foi na quinta da família que Cesário passou grande parte da sua infância, juntamente com os seus três irmãos, Júlia, Joaquim e Jorge, e na quinta se refugiara por diversas vezes ao longo da sua vida. Foi, portanto, entre esta quinta em Linda-a-Pastora e as várias residências que a família Verde tinha na capital - na Rua dos Fanqueiros, Rua do Salitre, Rua das Trinas, Rua Nova da Palma - que Cesário passou a sua breve vida.

Cesário cresceu num ambiente abastado, senão mesmo rico. Consequência da profissão, e talvez da época, predominava na família um conceito de vida utilitário e mercantil, avesso a preocupações religiosas e estéticas. Assim, Cesário não deve ter recebido formação, pois não se encontra na sua poesia referências a deus nem à vida sobrenatural. E, conforme testemunhos dos seus biógrafos, a capela em Linda-a-Pastora fora adaptada pelo pai do poeta a armazém.

Ignora-se onde fez Cesário Verde o curso de instrução primária e também nada se sabe relativamente aos seus estudos secundários. Mas, segundo se conjectura, deve ter começado a trabalhar na loja ainda criança, visto que era o mais velho dos irmãos. Sabe-se, sim, que tinha dezassete anos quando, em 1872, começou oficialmente a trabalhar na loja do pai, como correspondente comercial. Com apenas vinte e quatro anos, substitui o pai na direcção da firma, alargando os negócios. Em 1883, empreende uma viagem a Paris, para tentar assinar um contrato de exportação de vinho português. Apesar de poeta, desde a década de 70 que Cesário não mais deixara de estar envolvido no universo dos negócios, sobretudo na exportação de legumes e fruta para Inglaterra, França, Alemanha, América do Norte e Brasil.

Em Outubro de 1873, Cesário Verde matriculou-se, como aluno voluntário, no Curso Superior de Letras, mas não se apresentou aos exames finais nem voltou a inscrever-se. Segundo Silva Pinto, um dos jovens intelectuais que aí conheceu e que ficou seu amigo "para a vida e para a morte", Cesário, matriculando-se no curso "em homenagem às letras", sofreu uma decepção muito grande que o levou a abandonar o curso.

No mesmo ano, começa a publicar os primeiros poemas no "Diário de Notícias", onde é apresentado como um moço quase imberbe, ingénuo, rosto e alma serena, fronte espaçosa, olhar prescrutador, cheio de aspirações elevadas. A recepção aos poemas publicados foi péssima. Os leitores, habituados ao sentimentalismo romântico, detestaram aqueles versos sobre a realidade quotidiana da cidade e do campo; mesmo os escritores da geração realista (Ramallho Ortigão, Teófilo Braga e Fialho de Almeida, que acabariam por admirar a obra de Cesário), começaram por lhe fazer críticas demolidoras. O poeta, incomodado com esta incompreensão, escreve no poema "Contrariedades", datado de 1876,Agora sinto-me eu cheio de raivas frias, / Por causa dum jornal me rejeitar, há dias, / Um folhetim de versos.

No entanto, continua a escrever e a conviver com alguns amigos ligados às letras, como o poeta Gomes Leal, Macedo Papança (Conde de Monsaraz) e sobretudo Silva Pinto, o seu colega de faculdade e amigo até à morte. A partir de 1881, convive com os artistas e literatos do "Grupo do Leão", a tertúlia do restaurante "Leão de Ouro", na Rua do Príncipe.

Da sua vida sentimental nada ficou registado, mas alguns dos seus biógrafos referem uma ligação pouco pacífica coma actriz Tomásia Veloso, cujo namorado terá mesmo agredido Cesário num gesto de ciúmes.

Numa carta que em 1877 escreve ao seu amigo Macedo Papança, Cesário queixa-se de problemas de saúde e este é o primeiro sinal da doença que entrara na casa da família Verde como em muitos lares daquele tempo - a tuberculose. De facto, em Abril de 1872, morrera, aos dezanove anos, vítima de tuberculose, a sua "doce irmã" Júlia e, dez anos mais tarde, a mesma doença vitimaria o irmão Joaquim, que contava apenas vinte e cinco anos.

Cesário lutava contra a falta de saúde mas, a partir de 1884, a tuberculose progrediu e o poeta viu-se obrigado a procurar os ares do campo, refugiando-se na sua quinta em Linda-a-Pastora, depois em Caneças e, por fim, no Lumiar. É aí que, a 19 de Julho de 1886, pelas cinco horas da manhã, após proferir "Não quero nada, deixe-me dormir", morre. Tinha trinta e um anos.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Apresentação do Grupo

Olá!
Somos o Pedro, a Daniela e a Patricia somos do distrito de Beja.
Temos os dois 17 anos, estamos no 11º ano e frequentamos o curso de marketing em Beja.
As nossas disciplinas favoritas são Marketing e Espanhol.

Os nossos objectivos são aprender, trocar impressões com os alunos, produzir textos, seleccionar informação e pesquisar.

domingo, 30 de março de 2014

Eça de Queiroz

José Maria Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim em 25 de Novembro de 1845.

Foi registado como filho de José Maria d`Almeida de Teixeira de Queirós e de mãe ilegítima.

O seu nascimento foi fruto de uma relação ilegítima entre D. Carolina Augusta Pereira de Eça e de José Maria d`Almeida de Teixeira de Queirós.

Carolina Augusta fugiu de casa para que a sua criança nascesse afastada do escândalo da ilegitimidade.

Em 1861, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Aqui, juntou-se ao famoso grupo académico da Escola de Coimbra que, em 1865, se insurgiu contra o grupo de escritores de Lisboa, a apelidada Escola do Elogio Mútuo.

Esta revolta dos estudantes de Coimbra é considerada como a semente do realismo em Portugal.
No entanto, esta foi encabeçada por Antero de Quental e Teófilo Braga contra António Feliciano de Castilho, pelo que, na Questão Coimbrã, Eça foi apenas um mero observador.

Terminou o curso em 1866 e fixou-se em Lisboa, exercendo simultaneamente advocacia e jornalismo. Dirigiu o Distrito de Évora e participou na Gazeta de Portugal com folhetins dominicais, que seriam, mais tarde, editados em volumes com o título Prosas Bárbaras.

Em 1869 decidiu assistir à inauguração do Canal do Suez.
Viajou pela Palestina e daí recolheu variada informação que usou na sua criação literária, nomeadamente nas obras O Egipto e A Relíquia.

Por influência o seu companheiro e amigo universitário, Antero de Quental, entregou-se ao estudo de Proudhon e aderiu ao grupo do Cenáculo.

Em 1870, tomou parte activa nas Conferências do Casino  (marca definitiva do início do período realista em Portugal) e iniciou, juntamente com Ramalho Ortigão, a publicação dos folhetins As Farpas.

Decidiu entrar para o Serviço Diplomático e foi Administrador do Concelho em Leiria.

Foi na cidade do Lisboa que elaborou O Crime do Padre Amaro. Em 1873 é nomeado Cônsul em Havana, Cuba.

Dois anos mais tarde, foi transferido para Inglaterra, onde residiu até 1878.

Foi em terras britânicas que iniciou a escrita do Primo Basílio e começou a arquitectar Os Maias, O Mandarim e A Relíquia. De Bristol e Newcastle, onde residia, enviou frequentemente correspondência para jornais portugueses e brasileiros.

No entanto, a sua longa estadia em Inglaterra encheu-o de melancolia.

Em 1886, casou com D. Maria Emília de Castro, uma senhora fidalga irmã do Conde de Resende. O seu casamento é também sui generis, pois casou aos 40 com uma senhora de 29.

Em 1888 foi com alegria transferido para o consulado de Paris. Publica Os Maias e chega a publicar na imprensa Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires.

Nos últimos anos, escreveu para a imprensa periódica, fundando e dirigindo a Revista de Portugal.

Sempre que vinha a Portugal, reunia em jantares com o grupo dos Vencidos da Vida, os acérrimos defensores do Realismo que sentiram falhar em todos os seus propósitos.

Morreu em Paris em 1900.




Bibliografia de Eça de Queiroz

A vasta obra de Eça de Queirós é comummente dividida em três fases distintas:

Fase Romântica:

Prosas Bárbaras
O Mistério da Estrada de Sintra

Fase Realista:

As Farpas
Uma Campanha Alegre
O Crime do Padre Amaro
O Primo Basílio
A Tragédia da Rua das Flores
O Mandarim
A Relíquia
Os Maias

Fase Social-Nacionalista:

Correspondência de Fradique Mendes
A Ilustre Casa de Ramires
A Cidade e as Serras
Contos
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sábado, 29 de março de 2014

Conferencias do casino

Quando se deu a "Questão Coimbrã", quase todos os adeptos do Realismo eram estudantes em Coimbra. Terminados os seus cursos, cada um seguiu o seu rumo, permanecendo, porém, unidos nos seus ideais.

Antero viajou pela França, América e Açores, estando em contacto com a a filosofia e o estilo de vida de outros países e outros povos. Regressou a Lisboa,  onde se tinham estabelecido grande parte dos seus colegas de faculdade.

Estes, tendo decidido continuar o apostolado intelectual e cultural iniciado em Coimbra, criaram o Cenáculo, uma reunião dos jovens intelectuais portugueses, onde se discutiam todos os assuntos referentes ao país (política, literatura, arte, economia,...).

Cheio de ideias novas, Antero rapidamente passou a liderar o grupo e decidiu pôr as suas ideias em prática. Para tal, decidiu "abrir uma tribuna onde tenham voz as ideias e os trabalhos que caracterizam este momento do século". Assim, em 1871, realizam-se no Casino Lisbonense as famosas Conferências Democráticas do Casino.



Geração 70

A Geração de 70 é denominada por ser constituída por um grupo de jovens académicos de Coimbra que, após finalizarem os seus cursos, estabeleceram-se em Lisboa, 1871, organizaram as famosas Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, onde defenderam e cimentaram as bases do Realismo em Portugal, já iniciado na década anterior com a Questão Coimbrã.

Independentemente da capacidade crítica e inventiva pessoais dos seus constituintes, é certo que a chamada Geração de 70 representa em Portugal uma profunda revolução cultural.

A Geração de 70 veio arrancar não só a literatura, mas toda a cultura portuguesa desta apatia sentimentalista em que mergulhava. Esquematicamente, tinha esta geração como objectivos:

Repensar e pôr em questão toda a cultura portuguesa;

Preparar, pelo menos numa fase inicial, activamente uma profunda transformação na ideologia política e na estrutura social portuguesas.

Sem dúvida, estes homens representam uma mudança ideológica que se viria a reflectir não só na literatura, mas em todos os quadrantes da sociedade, desde a política à filosofia, à literatura, à economia…

sexta-feira, 28 de março de 2014

Programa da Conferências Democráticas

 1º Conferência: "Causas da Decadência dos Povos Peninsulares"

Esta conferência, proferida em 29/05/1871 também por Antero de Quental, apontava três causas principais para tal decadência: o catolicismo da Contra-Reforma, que isolara a Península Ibérica dos ideais do resto da Europa e impediu-os da progressão ideológica e social que aí se verificava; a centralização dos poderes na mão dos reis e a falta de liberdade concedida, que pudessem fazer progredir o país sem estarem dependentes dos poderes absolutistas dos reis; o excessivo desenvolvimento das conquistas, que arruinou

3º Conferência: "O Realismo como Nova Expressão da Arte"

Fez esta conferência, a 12/06/1871, Eça de Queirós. Condenou a fórmula da "arte pela arte" e afirmou que a arte deve ter como finalidade corrigir e ensinar. Para isso, devia basear-se na lei moral e científica. Segundo o romancista, a arte devia ter três qualidades essenciais: ser bela, justa e verdadeira. Só no Realismo era possível criar uma arte assim, uma arte capaz de transformar e corrigir a sociedade.